
Sigourney Weaver e a atriz Alyla Browne em "As Flores Perdidas de Alice Hart" (Prime Video)
No Dia da Visibilidade Lésbica, uma dica preciosa – e para qualquer público: “As Flores Perdidas de Alice Hart”
Patrícia Cassese | Editora Assistente
Que fique claro: “As Flores Perdidas de Alice Hart”, série disponível na Prime Video, pode, sim, ser vista como um melodrama. O que não significa automaticamente que aqueles que não apreciam o gênero devem passar longe. Mesmo porque, a história prende de tal forma que a ânsia de ver logo os desdobramentos se impõe de pronto, desde o primeiro capítulo.
Série australiana que tem à frente o nome de Sarah Lambert, “As Flores Perdidas de Alice Hart” é a nossa indicação para o Dia da Visibilidade Lésbica, embora a narrativa contemple vários outros temas e discussões. Listamos, aqui, e rapidamente, cinco motivos para assistir à iniciativa, que é baseada no livro homônimo de Holly Ringland. Lembrando, porém, que há muitos temas que podem atuar como prováveis gatilhos em quem já os enfrentou. Aliás, alguns alertas são dados no início dos capítulos. Em tempo: o sétimo e último episódio entra na plataforma no dia 31.
O elenco (com a presença de Sigourney Weaver)

Hoje com 73 anos, a atriz norte-americana Sigourney Weaver é a grande estrela de “As Flores Perdidas de Alice Hart”. No papel de June Hart, que toca a fazenda que, na verdade, serve de refúgio a mulheres vítimas de violência, Sigourney está perfeita. Algumas das atitudes da personagem podem parecer altamente condenáveis, mas o comportamento que ela assume vai ganhando explicações no curso dos capítulos. Impossível não compreendê-la, mesmo pensando que poderia agir de modo diferente, talvez sendo mais clara quanto aos motivos que a induziram a tomar tais atitudes. Ainda que, no avançar da trama, sua personagem perde um pouco a força, a personagem Sally confirma o talento de sua intérprete, Asher Keddie, conhecida dos brasileiros por conta das séries “Nove Desconhecidos” (com Nicole Kidman) e “Estado Zero”.
Trazer à cena o tema da violência doméstica

Nos primeiros momentos de “As Flores Perdidas de Alice Hart”, o espectador pode até achar que está diante de uma família perfeita, daquelas de comerciais de margarina, ao se deparar com o núcleo formado pela fofa Alice Hart (na infância, vivida por Alyla Browne) e seus pais, Agnes (Tilda Cobham-Hervey) e Clem (Charlie Vickers), que, por seu turno, é filho de June Hart. Mas os primeiros hematomas não deixam dúvida quanto ao caráter abusivo de Clem. Há outro momento em que o relacionamento abusivo volta à baila, mas avançar nesta seara demanda resvalar em spoilers.
O preconceito sofrido pela população lgbtqia+
Mais uma vez, difícil avançar muito em explicações sem o risco de incorrer em spoiler, mas, evidentemente, muitos vão se perguntar o motivo de June Hart (a personagem de Sigourney) ter um filho, posto que ela é assumidamente lésbica. Como já dito, no curso dos capítulos de “As Flores Perdidas de Alice Hart”, essa questão é esclarecida – e certamente o espectador vai se emocionar. Muito.
A questão dos aborígenes

Em muitos países, no curso da história, os povos originários foram vítimas de um colonialismo perverso. Não foi diferente com a população nativa da Austrália. Neste ponto, a série “As Flores Perdidas de Alice Hart”, principalmente por meio da adorável personagem Twig (Leah Purcell) e de Candy (Frankie Adams), relata algumas das violências sofridas pelos aborígenes (importante, para que não caia no esquecimento), bem como resgata lendas, celebrações e até hábitos alimentares do povo. Há uma cena que não vai deixar ninguém impassível.
Em terras australianas
A Austrália é, sem dúvida alguma, um país único no mundo. Sua fauna e flora, bem como suas paisagens são singulares. E, claro, isso a série “As Flores Perdidas de Alice Hart” não deixaria ficar de fora. Além das flores, que dão título à narrativa seriada, há lugares de tirar o fôlego, como a cratera Gosses Bluff, localizada no sul do Território do Norte, perto do centro da Austrália.
