
Cena de "Yaõkwa, imagem e memória", que será exibido no Artes Vertentes (Frame)
Com filmes de diferentes países e períodos da história do cinema, a curadoria do Festival apresenta trabalhos audiovisuais diversos, voltados para todos os públicos e idades
Com a 12ª edição em curso, o Festival Artes Vertentes ocupa a cidade histórica de Tiradentes com programação gratuita ou a preços populares até o dia 26 deste mês de novembro. Neste ano, o tema do festival é “Paisagens Imaginárias”. Assim, a ideia é refletir e apresentar modelos reais de integração e diálogo das mais variadas vertentes artísticas. Desse modo, destacando a música, a literatura, o teatro, a dança, o cinema e as artes visuais, reunindo representantes do Brasil e do exterior.
A curadoria desta edição preparou uma programação de cinema que será exibida ao longo de todo o festival no Centro Cultural Yves Alves e no Museu Casa Padre Toledo, sempre com entrada gratuita. Integram a seleção trabalhos de alguns dos maiores diretores da história do cinema, como Werner Herzog e Glauber Rocha. Ao todo, são obras de ficção, documentário e animação, incluindo curtas e longa-metragens.
Nesta sexta-feira, dia 17 de novembro, a programação teve início com uma exibição da animação “Kirikou e a feiticeira” (1998), às 9h. Porém, haverá outra sessão, às 14h. Desse modo, no longa de Michel Ocelot, Kirikou nasce num vilarejo da África no qual uma feiticeira, Karaba, lançou uma terrível magia. Assim, a fonte secou, os moradores devem pagar resgates, os homens são sequestrados e desaparecem misteriosamente. Todavia, Kirikou vai tentar tudo para libertar o vilarejo do domínio maléfico.
Sábado, 18
No sábado, 18 de novembro, serão exibidos os curta-metragens “Yaõkwa, imagem e memória” (2020) e “A Era de Lareokotô” (2019), dirigidos por Rita Carelli e Vicent Carelli, serão exibidos às 15h30. Neles, a cineasta retrata alguns aspectos da cosmovisão do povo Enawenê Nawê. A sessão será comentada pela própria Rita. Ainda no dia 18, às 19h30, o público confere “Aguirre, a ira de Deus” (1972), de Werner Herzog. O longa busca desvendar se foi a fome de poder e riqueza ou a pura loucura a motivar os espanhóis a conquistar a América do Sul. Perdido em uma balsa infestada de ratos, Aguirre sonha fundar, com a filha, uma nova dinastia.
No domingo e semana
Já no dia 19 de novembro, o documentário “Barcelona ou a morte” (2007), de Idrissa Guiro, terá uma exibição às 17h. De um subúrbio de Dacar, partem, para a Europa, barcos de pescadores privados do ganha-pão pela globalização. Assim, se comprometem com o transporte de clandestinos para a Espanha. O Artes Vertentes exibe gratuitamente dois filmes no dia 21 de novembro. Primeiramente, às 17h, o público poderá assistir ao trabalho do cineasta Chris Marker, expoente do cinema experimental. Em “Sem sol” (1983), o diretor traz uma jornada filosófica que questiona a representação do mundo e reflete sobre a natureza do tempo e da memória.
Já às 21h, mais um filme de Herzog ganhará exibição: “Além do Infinito Azul” (1983). Construída como uma ópera visual, essa fábula de ficção científica se concebe como uma metáfora do espaço. A mensagem é que se deve proteger esse bem tão precioso que possuímos: nosso planeta. A mostra exibe o filme alemão “A Estrangeira” (2010), de Feo Aladag no dia 22, quarta-feira, às 18h. Feo Aladag é o diretor. A trama acompanha Umay, jovem de ascendência turca que sai de Istambul em busca de uma vida independente na Alemanha. A luta contra a resistência da família cria uma situação que chega a colocar vidas sob ameaça.
Cinema brasileiro e outros

No dia 23 de novembro, o documentário “Chão” (2021), de Camila Freitas, vivencia a ocupação das terras de uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência. Já no dia 24, dois clássicos. Primeiramente, “Deus e o diabo na terra do sol” (1964), de Glauber Rocha, será exibido às 16h30. Mais tarde, às 21h, “O Velho e o Novo” (1929), de Serguei Eisenstein e Grigori Aleksandrov. No longa, em plena URSS, a camponesa Marfa Lapkina decide reforçar o movimento pela coletivização da agricultura organizando um kolkhoz (cooperativa agrícola). A exibição terá trilha ao vivo pelo duo O Grivo, em colaboração com Francisco Cesar.
Uma última sessão está reservada para o dia de encerramento, 26 de novembro. Assim, “Para Casa” (2019), do ucraniano Nariman Aliev, será exibido às 17h. Tendo perdido o filho mais velho na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, Moustafa decide levar o corpo dele de volta à terra natal: a Crimeia. Assim, ele pega a estrada com o filho mais novo. Em suma, uma viagem que vai mudar a relação deles.
Interseção entre cinema, música e literatura
Conforme o material de apresentação do evento, o público irá conferir uma atração especial no dia 17 de novembro. Assim, os musicistas Sofia Leandro e Bruno Santos apresentam o concerto “Visões do ontem, memórias do amanhã”, às 18h30. Será no Museu Casa Padre Toledo, com entrada gratuita. Dessa forma, o duo interpreta obras de compositores contemporâneos em diálogo com o curta “A Plataforma”, de Chris Marker, e com a poesia de Felipe Franco Munhoz.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é um projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. Desse modo, o 12º Festival Artes Vertentes é realizado com o patrocínio da Cemig, Itaú, Copasa e Minasmáquinas.
Serviço
12º Festival Artes Vertentes
Até 26 de novembro, em Tiradentes
Programação completa: www.artesvertentes.com