Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Adoráveis mulheres: Greta Gerwig acerta em nova versão do conto de Louise May Alcott

O conto foi adaptado sete vezes para o cinema. Também ganhou montagem no teatro e série de TV

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Adoráveis Mulheres é o nome que leva o longa de Greta Gerwig, mas não se engane: o que têm de adoráveis, as mulheres da família March têm de resiliência, generosidade e força. Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), além da mãe Marmee (Laura Dern), compõem o grupo de mulheres que vivem em meio a Guerra Civil Americana de 1861. O filme trata com leveza a complexidade da história, as peculiaridades de cada irmã e o convívio em família, cheio de altos e baixos.

Adaptação para o cinema

A trama é baseada no livro de Louise May Alcott, publicado em 1868, e que é inspirado na própria vida da autora. O interessante é ver como a história dela e das irmãs é atemporal. Adaptada sete vezes para o cinema em diferentes épocas, a vida da família March sempre encantou o público. Não é atoa que além do cinema, o conto também virou peça de teatro e série de TV. Para você ter uma ideia, os primeiros filmes inspirados no livro foram produzidos na era do cinema mudo e a primeira versão com áudio, por exemplo, foi lançada em 1933. 

O filme de Greta Gerwig, o último dentre a lista de filmes com a temática, chegou ao cinema este ano no Brasil e ganhou grande visibilidade pela atuação de Saoirse Ronan, na pele de Jo March. Inclusive, rendeu uma indicação ao Oscar 2020 de Melhor Atriz. Realmente, na versão da diretora a Little Women, a atriz teve espaço na história para desenvolver a personagem e mostrar todas as suas características.

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Foto: Sony Pictures Entertainment / Divulgação
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Foto: Sony Pictures Entertainment / Divulgação

Mulheres protagonistas

Jo March é uma mulher inspiradora, que sonha em se tornar uma grande escritora. Isso em uma época em que mulheres não tinham espaço e nem visibilidade em áreas artísticas. O que deseja para ela e até para as irmãs é fugir do status quo da época, que era de crescer, casar e se tornar esposa, mãe e dona de casa. 

No filme é possível ver como a personalidade marcante de Jo conduz a narrativa de todas as mulheres da casa. Amy, uma das irmãs mais novas, por exemplo, inspirada pela ambição de Jo, sonha também em se tornar uma artista famosa, pintando em Paris. Os teatros, o grupo de brincadeiras das irmãs e até as brigas envolvem Jo.

Em resumo, a mensagem que fica clara é: o lugar da mulher, é mesmo onde ela quiser. Meg, em contrapartida às duas irmãs talentosas, sonha em constituir uma família e seguir o padrão da época, mas com o homem que ama. São os desentendimentos por serem diferentes e até a adaptação de cada uma para aceitar o sonho da outra, que compuseram os pontos altos da trama. Afinal, quem vive em uma família em que todos são harmonicamente iguais, buscam e acreditam nas mesmas coisas?

Feminismo

Em suma, essa liberdade de serem quem são, o fato poderem correr atrás disso e a própria criação da Marmee, a mãe que é interpretada pela Laura Dern, deixam o filme com essa cara feminista. Por isso, os personagens estão tão à frente do tempo em que foram retratadas. É possível ver que Greta Gerwig soube personificar a história de Louise May Alcott com maestria.  Deu vida e cara à família March e cativou corações cinemas afora, com sua forma de retratar as “Adoráveis Mulheres”. É um filme envolvente e que você não deve deixar de ver!

O filme está disponível no YouTube e no Google Play.

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