
Foto: Oscars/Divulgação
Quem diria, hein, mas a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood decidiu flexibilizar as regras de elegibilidade dos filmes para o Oscar 2021. Claro que a “culpa”é da Covid-19.
A instituição máxima da indústria cinematográfica anunciou que, temporariamente, vai aceitar inscrições de produções lançadas apenas digitalmente. É o VOD ganhando cada vez mais espaço. A cerimônia do ano que vem está marcada para o dia 28 de fevereiro.
Por causa da pandemia, os longas não vão conseguir fazer as estreias comerciais nas salas de cinema como sempre foi. De acordo com a revista Variety, a decisão foi anunciada depois de uma reunião da alta cúpula da Academia nesta terça (28/04). Mesmo que seja temporária, é um sinal e tanto dos novos tempos. Vale lembrar que até este ano a simples indicação no Oscar de produções da Netflix como O Irlandês, Dois papas e Histórias de um casamento ainda eram vistas com estranheza.
A Academia faz questão de frisar que se trata de algo temporário. Mas será mesmo? Até então, para uma produção concorrer ao Oscar ela precisava ter estado em cartaz durante sete dias em um cinema comercial do Condado de Los Angeles. Só assim se qualificaria para a disputa. Foi por causa disso que os filmes da Netflix tiveram suas temporadas na telona. Inclusive aqui no Brasil.
Novas regras
Como se trata de algo “temporário”, a Academia continuará exigindo pelo menos o planejamento do lançamento comercial, supostamente abortado por causa da pandemia. Além disso, o filme também precisará estar disponível na plataforma exclusiva de streaming para os membros da Academia em até 60 dias após o lançamento do VOD.
Desde o ano passado a Academia já não aceitava mais DVDs nas inscrições. As produções já deveriam estar neste “Streaming Room” para serem avaliadas. Um detalhe curioso: de acordo com a revista Variety, os distribuidores pagam US $ 12.500 por filme para exibição na plataforma.
Compromisso inabalável
No comunicado oficial, o presidente da Academia, David Rubin, e o diretor executivo, Dawn Hudson reafirmam o compromisso “inalterado e inabalável” com o cinema. “No entanto, a pandemia historicamente trágica do COVID-19 exige essa exceção temporária às nossas regras de elegibilidade para prêmios. A Academia apoia nossos membros e colegas durante esse período de incerteza. Reconhecemos a importância de seu trabalho ser visto e comemorado, especialmente agora, quando o público aprecia filmes mais do que nunca”, diz o texto publicado pela Variety.
Exclusão de categorias
Outra mudança anunciada nesta terça é junção das categorias mixagem e edição de som. Antes eram prêmios separados. Outra novidade que interessa aos brasileiros: todos os membros serão convidados a participar da rodada preliminar de votação dos longas internacionais. É nesta categoria que geralmente temos chance. O voto, no entanto, é condicionado a um requisito mínimo de visualização, que ainda não foi divulgado.
A categoria de trilha sonora original também teve alteração. Agora, para ser considerada como tal, a partitura deverá ter pelo menos 60% de material original. No caso das franquias, a obrigatoriedade é de 80% de músicas novas.

Oscar organizado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood Foto: Matt Petit /©A.M.P.A.S.