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Cinema

A Netflix vai dominar o mundo?

La casa de papel Foto: Netflix / Divulgação

Foto: Netflix / Divulgação

Entenda o interesse da empresa Netflix em produzir conteúdo feito por e para brasileiros, para o mundo inteiro

Por Maria Clara | Culturadora

Para quem ainda não havia percebido o interesse massivo em investir em conteúdo 100% brasileiro, os anúncios do ‘Mais Brasil na Tela’ deixaram as intenções da plataforma cristalinas. Nas palavras da própria vice-presidente de conteúdo da plataforma no Brasil, Elisabetta Zenatti: “A Netflix vai investir e produzir como nunca antes no Brasil”.

O evento que destacou o potencial que a empresa americana avista no mercado do entretenimento brasileiro também trouxe previsões do que vem por aí. Um dos principais anúncios foi que pelo menos 40 produções brasileiras serão lançadas em 2022 – entre séries, filmes, animações, reality shows e documentários.

Vem por aí, edição brasileira

Em mais de 15 anos de história, a Netflix recém completou 5 anos em terras brasileiras. Essa foi, inclusive, a razão da realização do evento ‘Mais Brasil na Tela’, uma comemoração à conexão entre a plataforma e o país.

Segundo o Ampere Analysis, o Brasil é o sexto país com mais produções originais e exclusivas. Isso considerando que o primeiro conteúdo brasileiro chegou em 2016. O primeiro lugar fica com a Coréia do Sul, seguida pela Índia, Espanha, China e México. 

Só aqui, já são mais de 19 milhões de assinantes. No mundo, a empresa já ultrapassou os 209 milhões. Por isso, a Netflix só pensa em expandir seu braço brasileiro. Claro que considerando agradar os brasileiros e produzir um conteúdo que inevitavelmente será exportado para todo o mundo.

Para 2022, fica a promessa de crescer ainda mais no mercado audiovisual brasileiro. Sendo assim, o objetivo é dar atenção e oportunidades para novos criadores, que não encontrariam esse espaço com tanta facilidade em outras produtoras. 

Somos um país diverso, tanto em origens, como pelas preferências. A Netflix quer atender às nossas exigências. De realities à documentários, da comédia ao drama, tem para todo mundo – em todos gêneros e formatos.

Tem para todo o mundo

Mas não se engane ao pensar que o Brasil é o único país com essa atenção diferenciada. Somos fins para um meio. Em outras palavras: necessários para a Netflix se manter como o maior serviço de streaming do mundo.

Séries como a espanhola La Casa de Papel, a alemã Dark e o sucesso absoluto que foi a coreana Squid Game comprovam esse investimento em conteúdo não-americano. E, com isso, a plataforma também tem percebido uma resposta positiva do público, que se sente representado e pode conhecer mais sobre outras culturas e realidades.

Desde que começou a produzir conteúdo próprio, em 2013, a plataforma tem se preocupado com a necessidade de adaptar o conteúdo audiovisual, sendo sempre relevante para todos os públicos que o consomem. É a Netflix se adaptando para fornecer um acervo variado, personalizado, valorizando as preferências do público – independente de seu lugar no mundo.

Senta, que lá vem teoria

Se analisarmos bem a maneira com que a Netflix funciona e produz, conseguimos encontrar alguns vestígios da estratégia de cauda longa. Ou seja, as ações são direcionadas para coisas que possuem pouca demanda ao invés daquelas que têm muita procura. Vale explorar mais o mercado de nichos do que de hits. Chris Anderson, editor chefe da revista ‘Wired’, é quem defende a teoria no livro de mesmo nome.

Em termos simples e didáticos: a Netflix está atirando para todos os lados. A plataforma faz isso ao democratizar as ferramentas de produção – com mais criadores, temos mais conteúdo e mais diversidade. Além disso, a distribuição é democratizada – o streaming está em 190 países, influenciando e sendo influenciado por pessoas ao redor do globo.

Para fechar, ainda falando da teoria de Anderson, também percebemos a força da relação entre oferta e procura. Afinal, os consumidores têm poder sobre o conteúdo criado. Além disso, querem colocar esse controle em prática. Podemos observar isso pelo cancelamento das séries pouco assistidas e a renovação das que mais fazem sucesso – independente da qualidade.

A plataforma quer produzir para todo mundo – literalmente, mas com um diferencial, a aposta em produtores nativos, com uma conexão natural com o público alvo do país. É através dessa personalização que a Netflix quer expandir ainda mais seu alcance.

Cena da série brasileira 3% Foto: Netflix/ Divulgação.
Cena da série brasileira 3% Foto: Netflix/ Divulgação.
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