
A Bela Adormecida. Foto: Disney
Mesmo que a performance de Malévola 2: Dona do Mal não esteja sendo lá essas coisas na opinião do público e da crítica, o lançamento do filme protagonizado por Angelina Jolie joga nova luz na celebração dos 60 anos de A Bela Adormecida, de onde vem a personagem. A animação da Disney foi lançada em 1959 e sempre esteve cercada de fatos interessantes.
Na verdade, o aniversário foi em janeiro de 2019. Mesmo assim, resolvemos voltar no tempo para entender algumas curiosas controvérsias que fazem parte dos bastidores do desenho clássico.
Super investimento
Primeiro é preciso destacar que o longa de animação quase levou Walt Disney à falência. Foi rodado em 70 milímetros, uma super tecnologia para a época. Além disso, a escrita do roteiro começou em 1951 e, veja bem, foram oito anos de produção além de um super investimento de grana (US$ 6 milhões). Sim, oito anos. E o resultado: assim como ocorre agora com Malévola 2, o filme foi foco de muitas críticas negativas. Bem, na verdade, o tom das análises foi bem misto. Isso não importa pois, de qualquer maneira, Walt ficou bem chateado e resolver dar uma pausa na adaptação de contos infantis para a telona.
O intervalo, de fato, foi bem grande. Depois de A Bela Adormecida, o estúdio só voltou a adaptar literatura 30 anos depois, com A Pequena Sereia. A Bela Adormecida foi o 16º longa-metragem de animação da Disney.
Uma princesa sem graça
Em conto de fadas a premissa é que a personagem da princesa esteja sempre em destaque e que a história seja delineada por suas ações e personalidade. No entanto, no filme da Disney, Aurora só aparece durante 18 minutos. Trata-se de uma personagem sem graça e sem personalidade. Isso acontece porque a moça passa a maior parte do filme desacordada.
Talvez por isso o interesse no século XXI tenha se voltado mais à grande vilã dessa história, a Malévola. Aí sim uma personagem com contornos mais interessantes. Para quem não se lembra do conto de fadas, aqui vai um resumo: Aurora é uma princesa que fora amaldiçoada enquanto bebê por Malévola. O feitiço dizia que menina entraria em sono profundo depois de espetar seu dedo em um tear aos 16 anos. Somente com um beijo de amor verdadeiro Aurora acordaria.
Mais calada de todas
Justamente porque só aparece em 18 minutos, Aurora “ostenta” a medalha de prata no ranking dos personagens que menos falam na história do estúdio. Só perde para a versão de Dumbo de 1941, já que o elefante não falou nada. Aurora solta a primeira frase aos 19 minutos de projeção e depois retorna ao final. Nesse meio tempo, canta duas canções. Há fatos curiosos também sobre a trilha sonora. É uma inspiração de alto nível: Disney se inspirou no balé homônimo de Tchaikovsky escrito entre 1888 e 1889. Ele, por sua vez, se baseou no clássico da literatura para criar o balé. Também por isso, a trilha do filme foi toda inspirada na sonoridade do compositor russo.

A Bela Adormecida. Foto: Disney
Homenagem ao Rei consorte
O nome da protagonista foi mantido mas do príncipe alterado por uma questão, digamos, de popularidade. Até hoje a monarquia britânica segue como a maior referência desse tipo para o mundo inteiro. Pois é, Disney resolveu fazer, então, uma homenagem ao rei consorte, Príncipe Phillip, marido da Rainha Elizabeth, também conhecido como Duque de Edimburgo. Curiosamente, foi o primeiro príncipe da Disney a ter um nome. Em histórias como Branca de Neve e Cinderela, eles foram tratados, respectivamente como “O Príncipe” e “O Príncipe Encantado”.
Malévola e suas intérpretes
A vilã do primeiro filme foi interpretada por Eleanor Audley, que tinha carreira nesse quesito. Ela também havia interpretado a madrasta malvada em Cinderela. Um dos aspectos que marcam a presença dela em A Bela Adormecida é o tom de voz. Claro que tem curiosidade por trás: quase que a atriz recusou o papel por causa disso. Na época ela estava se tratando de uma tuberculose e a voz ficou comprometida. Ela não chegou a pensar que justamente isso seria o diferencial.
Tanto que Angelina Jolie, que assumiu o papel no spin-off de 2014, resolveu prestar homenagem à atriz na tentativa de reproduzir o trabalho vocal de Audley.
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