Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

50 anos de Queen. Por que é uma banda lendária?

Banda está comemorando 50 anos de carreira com especial com shows, cenas de bastidores, entrevistas e curiosidades sobre trajetória

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A banda britânica Queen está completando 50 anos de uma trajetória brilhante na música. Ou vai dizer que você nunca cantarolou We will rock you, Love of my life e Bohemian Rhapsody por aí? Para celebrar meio século de vida, o grupo lançou Queen the Greatest. Trata-se de uma série com 50 semanas de duração que está publicando vídeos com cenas raras da banda no canal do YouTube. Dessa forma, até março de 2022, o público confere bastidores, trechos de shows, entrevistas, músicas e vários materiais inéditos do quarteto originalmente formado por Brian May (guitarra e vocais), Freddie Mercury (vocais e piano), John Deacon (baixo) e Roger Taylor (bateria e vocais).

Em resumo, a série segue uma ordem cronológica. Ou seja, os episódios começam resgatando os primeiros shows do Queen no Hammersmith Odeon e no Teatro Rainbow, em Londres, e chega aos tempos atuais, contando com Adam Lambert nos vocais desde 2011. Antes dele, Robbie Williams e Paul Rodgers também assumiram o posto. 

Um marco na história

A banda nasceu em 1970 formada a partir do grupo Smile, que contava com Brian May e Roger Taylor. Quando o grupo acabou, Mercury e John Deacon passaram a fazer parte do que viria a ser uma das maiores bandas de rock da história. Entretanto, chegar até este título demandou um longo caminho de tentativas, experimentação e pouco sucesso. Os primeiros discos, Queen (1973) e Queen II (1974), tiveram pouco alcance.

dia mundial do rock
Foto: Queen Productions Ltd

As coisas começaram a mudar com a chegada de Sheer Heart Attack (1974). A produção foi responsável por lançar a banda internacionalmente, principalmente por causa de Killer Queen. A música chegou a ficar em segundo lugar nas paradas britânicas e no Top 20 dos EUA. Assim, nos anos seguintes, o grupo continuou se projetando, vivendo polêmicas e dificuldades, bebeu em diferentes fontes de gêneros musicais e passou pela morte de Freddie Mercury. Mesmo assim, se consagrou como uma das mais importantes da história. 

Para refletir sobre alguns dos principais pontos que fizeram o grupo se tornar lendário, nós ouvimos o jornalista, professor, pesquisador e doutor em comunicação Thiago Pereira. Ele nos deus três ingredientes fundamentais do sucesso do Queen. 

Motivo 1: versatilidade

“O Queen é uma das bandas mais ‘versáteis’ da história, o que de alguma maneira ajudou a construir o imenso e abrangente afeto que a banda conquistou. É uma banda de rock ‘familia’, e não é à toa que o filme (Bohemian Rhapsody) de alguma maneira confirmou isso, com seus recordes de bilheteria. Era uma banda de rock incrível, mas que não se furtava, especialmente após os primeiros álbuns, em acionar a gramática do pop, fazendo canções que comoviam ouvintes de diversas faixas de mercado. O caso de amor do Brasil pelo Queen é sintomático nesse sentido: uma canção como Love Of My Life, daquelas sing along songs emocionais e emocionantes, dispensam maiores traduções dentro da questão dos gêneros musicais. Isso se repetiria, em maiores ou menores dimensões, em vários momentos do repertório do Queen. É uma banda de rock? Sim, mas aceitando que rock é coisa pra caramba”.

Motivo 2: os músicos

“O Queen é daquelas bandas (como Beatles, Led Zepellin, Rush ou The Police) que Deus ou a Deusa estavam extremamente generosos quando resolveram fazer seus músicos se juntarem. E no caso do Queen, são quatros monstros não apenas em seus instrumentos, mas também compondo. Este ponto se conecta com o anterior: um dos segredos da vida é a variedade, especialmente quando esta alcança algum tipo de equilíbrio. O Queen conseguia isso musicalmente, sem perder uma espécie de coerência artística. É raro e é lindo quando dá certo.”

Motivo 3: Freddie Mercury

“O homem que colocava um estádio com 150 mil pessoas na palma da sua mão. O sujeito gay que, mesmo não se assumindo publicamente, transportou uma série de elementos dessa cultura, estética etc para as grandes multidões. O frontman absoluto, carismático, gigantesco, que entendeu como poucos a diferença de show para uma apresentação. Um compositor de sensibilidade ímpar, capaz de conceber toda sua pretensão musical (e ela era enorme) em pequenas operetas rock ou pop. Ah, claro: possivelmente o maior vocalista do gênero em todos os tempos, um posto que é quase impossível de se conquistar sem debates acalorados e polêmicos. Freddie foi uma daqueles sujeitos ‘larger than life’ que fazem a roda da cultura pop girar ainda mais graciosamente: um ícone, no sentido mais profundo do termo. O mundo melhorou com sua presença nos palcos da vida, sem dúvida.”

50 anos de queen
Freddie Mercury. Foto: Steve Jennings/WireImage/Getty Images

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