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Gastronomia

Cinco sorveterias para te ajudar a passar pela onda de calor

Sorveteria Inventiva. Foto: Amanda Coimbra

Sorveteria Inventiva. Foto: Amanda Coimbra

Selecionamos cinco sorveterias para conhecer e se refrescar em BH no período de altas temperaturas

Por Helena Tomaz | Assistente de conteúdo

Seja da sorveteria pertinho de casa ou do sabor preferido das férias na infância, é difícil encontrar alguém que não tenha boas lembranças ligadas a uma das sobremesas mais populares do mundo. Quando chega o calor, então, tomar sorvete vira (quase) uma necessidade. Para te ajudar a enfrentar as altas temperaturas que assolam Belo Horizonte durante a onda de calor, selecionamos cinco sorveterias da cidade que vale a pena conhecer!

Universal

Uma publicação sobre as sorveterias de Belo Horizonte não poderia começar sem falar da responsável por trazer a sobremesa amada pelo mundo todo para a cidade. Isso porque, quem entra na Sorveteria Universal, no bairro Floresta, pode até não saber, mas está entrando em um imóvel histórico. Situada desde 1932 na avenida do Contorno, ela foi a primeira sorveteria inaugurada na cidade (a também tradicional São Domingos iniciou as atividades em 1929, porém, na cidade de Oliveira, vindo para BH apenas em 1934).

Hoje, ela é comandada pelas irmãs Aline e Liliane Lacôrte, bisnetas do fundador da Sorveteria Universal, o italiano Arthur Spina. Aline conta que, por ter passado pelas mãos de três outras gerações, ela e a irmã, Liliane, já nem se consideram donas do estabelecimento. “Somos as guardiãs do momento”, ela explica.

Em 1994, no entanto, a loja passou por um incêndio, que acabou descaracterizando a forma original do imóvel. Por isso, em 2015, quando ela e a irmã deixaram as carreiras que tinham para cuidar da sorveteria – que antes era comandada pela mãe delas -, decidiram fazer algumas mudanças estruturais. Assim, alteraram a decoração do espaço e criaram uma nova identidade visual, buscando resgatar a aparência retrô.

Sorveteria Universal, ainda na Avenida Afonso Pena. Foto: Arquivo Sorveteria Universal/Aline Lacôrte
Sorveteria Universal, ainda na Avenida Afonso Pena. Foto: Arquivo Sorveteria Universal/Aline Lacôrte

Da mesma forma, o fogo extinguiu os registros de quando a sorveteria ainda nem funcionava ali, mas, sim, na Avenida Afonso Pena, no centro da cidade. Salvou-se apenas uma fotografia da época. Assim, por não ter mais registros nem informações mais precisas sobre a criação da Universal, as irmãs optaram por considerar o ano de 1932 – no qual o negócio passou a ocupar o casarão da Floresta – como o de inauguração.

Aline explica ainda que, assim como o imóvel permanece o mesmo (ainda que hoje haja outra loja, aberta há dois anos, na Avenida dos Bandeirantes, 1.299), a forma de fazer o sorvete também permanece a mesma desde os primórdios. Assim, o produto final é feito a partir de uma calda de frutas feita por lá, e que, conforme explica Aline, não leva conservantes nem gordura hidrogenada.

Doce Cascão

Para quem busca se refrescar em outras localidades, a sorveteria Doce Cascão pode ser uma boa pedida. A sorveteria surgiu há 30 anos, de forma totalmente caseira, com produtos feitos em batedeira doméstica. Hoje, o estabelecimento tem quatro endereços: no bairro Castelo, no Fernão Dias, no Rio Branco e no Guarani.

No site da sorveteria, consta ainda um inusitado manifesto, em que a Doce Cascão se propõe a ser um lugar “onde os boletos são proibidos” e onde não haja preocupação com “pessoas com zero noção para ditar a hora certa de tomar sorvete”.

A mesma pegada divertida transparece nos nomes dos sorvetes, como “Pantera Cor de Rosa” e “Date Perfeito”. Da mesma forma, para comemorar o Dia do Sorvete, a Doce Cascão relançou o sabor que leva o nome do estabelecimento, mas, dessa vez, com um toque diferente: a cor azul. Tingido com spirulina (corante feito de alga azul), o sabor também leva caramelo salgado e brownie.

Sorvete azul com caramelo e brownie da Doce Cascão. Foto: Fernanda Lutkenhaus
Sorvete azul com caramelo e brownie da Doce Cascão. Foto: Fernanda Lutkenhaus

Inventiva

Como o nome já diz, na Inventiva, a criatividade é o norte. Localizada em uma área residencial do bairro Santa Efigênia, o ambiente da Inventiva é ideal para o fim de tarde de um final de semana tranquilo. Essa é uma daquelas sorveterias que trazem um toque de nostalgia. Logo, que lembram a infância, mas em uma versão repaginada. As opções de caldas, balas e chocolates também colaboram para dar esse tom.

“Desde que abri a sorveteria, o meu desafio é tentar acessar a memória afetiva e a sensação das pessoas”. É o que explica Carlos Sia.

Focando na memória afetiva, surgiu o sabor “pavê da vovó”, o mais vendido da casa. Ele, assim como o nome da sorveteria, é autoexplicativo: tem pedacinhos de biscoito e sabor de sobremesa caseira. Já com a inspiração nas pequenas pausas do cotidiano, surgiram os sorvetes de chás: de hortelã e de chai (um tipo de chá indiano, à base de especiarias). Outro, igualmente criativo, é o sabor “café invisível”. Ele leva esse nome por ser feito com extração de café à frio, o que faz com que não adquira a coloração escura comum. Assim, quem experimenta, sente o sabor do café, mas degustando um sorvete totalmente branco.

Sorveteria Inventiva. Foto: Carlos SIA
Sorveteria Inventiva. Foto: Carlos SIA

Ao longo dos anos de sorveteria, a criatividade se expandiu para além dos sabores de sorvete. Carlos conta que, por um certo período, funcionou por lá o projeto “Fruta de quintal”. Nele, clientes levavam frutas colhidas em casa para trocar por sorvete. Apesar de a empreitada ter chegado ao fim, as sementes de uma graviola trocada na iniciativa se multiplicaram. Carlos as separou, enviou para um amigo de outro estado, que as plantou e cultivou até que crescessem. Assim, no aniversário de 13 anos da sorveteria, as mudas foram distribuídas por lá.

Easyice

Há mais de dez anos localizada na Rua Professor Moraes, a Easyice se consolidou, para além da loja, como produtora de sorvetes. Hoje, aliás, é a responsável pela produção da linha dos supermercados Verdemar.

Ainda que os sabores mais clássicos mereçam o sucesso que têm – com menção honrosa para o sabor de doce de leite -, por trás do vidro das geladeiras se esconde um sabor um tanto quanto inusitado: o de manjericão. De fato pode dividir opiniões e, a princípio, causar estranhamento, mas é, definitivamente, um sorvete interessante.

Apesar de não combinar tão bem com os sabores mais convencionais (quem nunca tentou colocar a maior diversidade de sabores possível em um único potinho?), pode ser uma boa pedida para os dias de calor.

Soreveteria Easyice. Foto: Helena Tomaz
Soreveteria Easyice. Foto: Helena Tomaz

São Domingos

A sorveteria São Domingos acabou se tornando um ícone da cidade e referência para turistas que vêm visitá-la. Localizado na avenida Getúlio Vargas, 792, o estabelecimento, como dito anteriormente, teve início na cidade de Oliveira, em 1929. O fundador, o “Seu Domingos”, veio para a capital mineira apenas em 1934. Não tardou para que o negócio que montou virasse um ponto de encontro dos belo-horizontinos, principalmente nos dias de calor. Entre os sabores oferecidos, vários não eram comuns naqueles primórdios, como o de jabuticaba, o de pitanga (levemente azedinho) e o de coco queimado.

O estabelecimento já atraiu inclusive alguns famosos, como a atriz Priscila Fantin – no site da sorveteria, há fotos dela no local, degustando um sorvete. Com banquinhos de concreto no entorno, para quem quiser tomar o sorvete ali mesmo, a Sorveteria São Domingos continua tendo um lugar de honra no coração dos belo-horizontinos. Particularmente no verão, eles continuam formando filas para pegar a casquinha com o sabor de predileção. 

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