Imprevistos e adiamentos pela pandemia fizeram 007 – Sem Tempo Para Morrer passar por maus bocados até a aguardada estreia. O novo filme do James Bond finalmente chega, como o 5° e último dessa leva da franquia, para encerrar a era do icônico agente na pele de Daniel Craig.
A abertura com a típica Bond girl, seguida dos créditos embalados pela canção da cantora Billie Eilish, já definem o tom perfeitamente. Ou seja, prepare-se para belas e eletrizantes sequências que vão de perseguições em alta velocidade à explosões constantes. Para os fãs de ação, é um prato tão cheio que a longa duração – beirando 3 horas – não se torna um problema. A direção é de Cary Joji Fukunaga.
Pouco inovador, o público recebe o enredo de sempre. Em resumo: um vilão e uma organização maligna que querem destruir o mundo. Em certo ponto, a motivação do personagem de Rami Malek não é convincente ou sequer engajante, mas o longa ganha pontos ao se conectar com os anteriores, sem que o espectador casual tenha dificuldade em acompanhar. Apesar da trama não surpreender nem ousar, o filme cumpre o papel que 007 possui: entreter com muito estilo.
Despedida de uma era
Sem Tempo Para Morrer marca o 25° filme do maior agente secreto do cinema. Lá se vão quase 60 anos após o primeiro, de 1962. Foi em 2006 a vez de Daniel Craig assumir o cargo de 007. A “parceria” resultou em sucessos como, por exemplo, Cassino Royale, Quantum of Solace, Operação Skyfall e Contra Spectre.
Sendo assim, o longa atinge o adeus ideal ao focar no agente, além de trazer tradicionais elementos, como tecnológicos equipamentos de espionagem e locações ao redor do mundo. O mais importante: deixa o legado de um James Bond mais sentimental e humano que, sendo assim, ganha uma emotiva despedida à altura.
Agora, vem o momento de passar o bastão. Já existem diversas discussões sobre quem seguirá com a franquia e, mais ainda, se será a primeira vez de um 007 interpretado por um ator negro ou uma mulher – uma possibilidade indicada pela presença da personagem de Lashana Lynch. Por hora, vale a reflexão de como Bond pode evoluir para ousar evitar mais uma leva de filmes seguros.
Por Ana Pisani
Fascinada pelo mundo do entretenimento, maratonista de séries e ouvinte de Lady Gaga. Jornalista em formação, atualmente faz estágio no Diários Associados.