Tenho gostado de escrever sobre filmes de super-heróis. Não porque seja seguidora fiel deles, que conheça tudo. Pelo contrário. Justamente por ser uma espectadora bastante comum, que se liga muito pouco para a fidelidade das adaptações mas que quer falar com seus similares. Ou seja, gente que gosta de cinema, não se preocupa em saber se o protagonista é Marvel ou da DC, ou o que essa diferença significa. Vi Thor: Ragnarok para me divertir. E deu certo.
O longa protagonizado por Chris Hemsworth tem sido categorizado pela crítica como um representante do gênero de comédia. Fui para o cinema acreditando nisso. Saí do filme achando que é um exagero falar que é comédia, embora a graça faça parte de muitos momentos do roteiro.
A dosagem é até tímida perto do humor negro de Deadpool (2016). Está mais para o tipo de comédia também usada em Homem-Aranha: De volta ao lar (2017) e Mulher-Maravilha (2017). Entendo isso como uma sacada geral desses estúdios de que um é um caminho interessante o fato dos super-heróis não se levarem tão à sério.
Em mais de uma vez, Thor brinca com isso. Na primeira cena, inclusive, ele erra o timing ao soltar a frase de efeito que o levaria à batalha. Ao mesmo tempo que fica menos original, se compararmos às histórias dos quadrinhos e às primeiras adaptações, não há como negar que fica mais leve. Bom, pelo menos para quem não liga para a fidelidade, né?
ELENCO
Em Thor: Ragnarok o Deus do Trovão se encontra preso em um lugar bem distante de Asgard, o mundo dele. Precisa voltar para impedir a destruição total pela vilã Hela (Cate Blanchett). Nessa saga reencontra três integrantes dos Defensores secretos como Valquíria (Tessa Thompson), Hulk (Mark Ruffalo) e Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch). Tem ainda o irmão de Thor, Loki (Tom Hiddleston), o pai Odin (Antony Hopkins) e o guardião de Asgard Heimdall (Idris Elba).
Juntos vão tentar salvar a população de Asgard das garras de Hela. Prepare-se para uma saga que envolve
Não há como deixar o elenco de Thor: Ragnarok passar despercebido. Como já disse, vejo filmes de heróis para me divertir. Por isso, muitas vezes me incomodo com o tom forçado das interpretações. Não é este o caso do filme dirigido pelo neozelandês Taika Waititi. Há sempre um exagero mas ele fica no limite.
Chris Hemsworth, sinceramente, chama mais atenção pela beleza do que pelas qualidades de interpretação. Quem mais surpreende neste quesito é Cate Blanchett e Mark Ruffalo. Ele até mais já que incorpora bem – e com sutileza – o conflito entre Bruce Banner e Hulk.
Outro aspecto que surpreendeu positivamente no filme foi a montagem. O roteiro de Thor: Ragnarok se passa em diversos mundos, com tramas paralelas. Os cortes e as passagens entre um cenário e outro são muito precisos e feitos nos momentos exatos para manter o nível de suspense que a trama propõe.
Por fim, como não destacar a trilha sonora. Confesso que a batalha ao som de Immigrant Song, do Led Zeppelin me distraiu. Achei tão legal quebrar a sonoridade que dominava até então. Valeu! Ops, não pense que a tal cena de ação seja mais ou menos. Nada disso. Aliás, Thor segue honrando os filmes do gênero.