Curadoria de informação sobre artes e espetáculos, por Carolina Braga

Arraiá Incrível se rende ao samba de Criolo. Saiba como foi o show no Parque Municipal

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Criolo durante apresentação no Arraiá Incrível em BH. Crédito: Thiago Fonseca

Por Thiago Fonseca*

Criolo se reinventa. Essa é uma das constatações depois da passagem do rapper paulista no Arraiá Incrível, no Parque Municipal na virada de sábado (10) para domingo (11). Diferente de outros álbuns, ele veio lançar na capital mineira sua mais nova obra: Espiral de Ilusão, disco com apenas sambas.

BH foi a terceira cidade a ver o show do álbum. Foi um espetáculo sem oscilações de ritmo e energia. Além de levar o público ao delírio com músicas bem produzidas – e executadas -, voz impecável, o cantor homenageou Nelson Cavaquinho, um dos pioneiros do samba brasileiro.

Criolo quebrou a expectativa de quem estava acostumado a vê-lo cantar só rap. Espiral da Ilusão surpreendeu primeiro por ser samba. Segundo porque, independentemente do estilo, lá está o artista que conhecemos: potente e engajado. Nas mais de 15 músicas apresentadas no show o músico manteve sua presença no palco e jogou o público no alto. Clima que não foi perdido nenhum momento. Cinco mil pessoas estavam na plateia.

Criolo durante apresentação no Arraiá Incrível em BH. Crédito: Thiago Fonseca

Repertório

Espiral de Ilusão foi produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. Ao som de Nas Águas Criolo surgiu no palco e dele também se despediu. A canção foi marcada pela intensa participação do público. Durante a música Menino Mimado, a sexta a ser tocada, o artista foi ovacionado. Essa era uma das músicas mais esperadas. Diz o refrão: “Meninos mimados não podem reger a nação”, uma clara conexão com a política contemporânea brasileira.

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Em Hora de decisão, o cantor lembrou e agradeceu os compositores Ricardo Rabelo e Dito Silva. De dez músicas do novo álbum, nove são do artista, com exceção dessa. Espiral de Ilusão dominou o repertório mas houve espaço para canções mais antigas.

Casa de mãe foi dedicada a quem quer um pedaço de chão para morar. Nó na orelha, 4 da manhã e Fermento para massa também estavam no repertório. As manifestações de cunho político estiveram presentes nos intervalos das músicas, mas não tão puxadas pelo cantor, e sim pelos fãs.

Homenagem

No meio de todo o espetáculo teve até palinha de dança de um dos músicos. Um quesito que chamou a atenção foi o figurino. As roupas dos músicos e do cantor se harmonizavam. Elas foram trabalhadas na paleta de cores de tons terrosos e claros. Ideia do figurinista Victor Miranda que propõe o diálogo com o samba.

No final, quando público pensava que Criolo havia ido embora, ao ver o palco se esvaziar, foi a vez do cantor dar uma “trolada” na galera. Voltou com uma linda homenagem à Nelson Cavaquinho ao cantar “Juízo final”.

Além de Criolo, o Arraiá Incrível teve a participação de Forró Muderno, Lagum, o bloco Volta Belchior e os DJs Yuga e Xeréu. Barraquinhas com comidas típicas, decoração temática e brincadeiras também deram um charme especial para a festa que animou a noite de sábado na capital. O evento mostrou que quadrilha não só se dança ao som da sanfona e do fole, porque no Arraiá Incrível tudo se misturou e deu super certo.

*Sob a supervisão de Carolina Braga

Veja outros trechos do show: 

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